Se o natural é nascer nu, o nu deveria ser o natural. Ou a menina de meus olhos que está sempre nua me engana? Roupa me aquece, roupa me protege mas não me enobrece, tão pouco dita quem eu sou. Roupa não é escudo a favor de meus olhos nem dos seus. Roupa não cobre minha vergonha, pois vergonha alguma minhas meninas enxergam num corpo nu.
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
Além Do Medo
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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Pólos Que Habitam Em Mim
Photo: Aivan Moura |
Rolo, pulo, corro e quando me canso durmo nas nuvens de algodão, naquelas de maior altitude, são mais pomposas dos que as que estão mais próximas do chão. E as como quando se transformam em algodão-doce. Brinco de carrossel nos anéis de Saturno. Assumo o lugar da bailarina na minha caixinha de música preferida. Sigo até o final do arco-íris para encontrar o pote de ouro mas só para trocar por um arco-íris feito de pirulito. Aposto corrida com um cometa, mas sempre peço pra ele me trazer de volta pra casa, nunca lembro o caminho. E quando quero ficar só, me imagino como um plâncton nas profundezas das águas mais escuras, seguindo seu caminho sozinho conforme a dança incessante da maré. E quando a larica bate vou atrás do hambúrguer de siri.
Um humor de velha, uma imaginação de menina, essa sou eu sendo eu novamente. Uma jovem velha menina. Um paradoxo constante. Uma existência inconstante. Um vendaval de emoções, uma feição pouco amigável, uma busca incansável pelos prazeres do viver, das sensações ainda não sentidas, dos mundos ainda não conhecidos, dos sabores ainda não experimentados. E enquanto a realidade nutrida por corações obscuros insiste em roubar o brilho das cores, eu prefiro continuar a brincar de esconde-esconde na poeira cinzenta da
Lua.
sábado, 15 de fevereiro de 2014
Uma Brisa Gentil
Photo: Aivan Moura |
Por sua vez, os dias quentes com todo seu esplendor e cores cintilantes me faz lembrar que a vida não se resume apenas nos meus pensamentos não-lineares e insanos, que a vida só é vida porque temos uma Mãe Natureza bondosa. Me faz lembrar o quanto eu amo as folhas das árvores reluzentes sob a luz do Sol, o quanto eu amo a sombra fresca que as árvores me propiciam e gentilmente me convida a repousar e ler um livro, ou simplesmente repousar e contemplar as nuvens encenando um filme extraordinário com personagens tão excêntricos e pomposos no imenso telão azul chamado céu. Me faz reverenciar ainda mais a magnitude e a importância da água, a água que me permite viver e me refrescar. Eu amo mergulhar na água fria de uma cachoeira num dia quente de verão. Eu simplesmente amo sentir uma brisa fria numa tarde quente, me faz perceber que o frio também é acolhedor e gentil.
Uma manhã cinzenta e um vento frio me proporcionam mais alegria do que uma manhã ensolarada, confesso. Não sei exatamente o porquê mas sei que é assim. Talvez se deva ao fato da minha pessoa ser mais introvertida e melancólica, ou talvez seja apenas eu tentando me justificar a mim mesma. Não menosprezo a benevolência dos dias ensolarados, eles sempre me dão uma nova perspectiva, me ensinam muito. Mas eu me identifico com o frio, somos existências semelhantes. Com toda minha frieza apenas esperando alguém que me compreenda, busque se aconchegar, e perceba que posso ser gentil, assim como a brisa fria numa tarde quente. E assim como eu compreendo o frio eu encontrei alguém assim, que me compreende além dos sentidos.
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Olhar Sagaz
Do ensaio "A Distorção dos Sentidos e a Essência dos Desejos" Photo: Aivan Moura |
Numa forte e profunda penetração nossos corpos não mais contidos se entregam, se esfregam, se deliciam, e a cada entra-e-sai incessável ouço meus gemidos mais e mais altos. Ah, nosso bel-prazer! Um exibicionista libertino, ir mais e mais além é o que importa! Não se cansa, quer se exibir em todas as posições, em todas as direções, não se intimida!
Em um movimento me poe de quatro e me penetra cada vez mais forte e mais rápido, me molho cada vez mais, te sinto maior e mais duro; o click da câmera cada vez mais veloz acompanha nosso ritmo.
Meus olhos encontram os seus com um olhar de pura malicia que já nos é intimo, um beijo molhado de tesão faz nossa respiração ficar cada vez mais intensa. Suas mãos me acariciam, me apertam, me arranham e me fazem gemer ainda mais alto. Não me contenho, entrelaço os dedos nos seus cabelos e os puxo com força, um sorriso maléfico surge; outro ponto fraco te faz delirar. Me castiga com puxões de cabelo ainda mais fortes, me coloca de frente com as pernas nos ombros, me lança um olhar de carrasco e mete com tanta força que um alto gemido nos surpreende; lembro por um momento que é um local desconhecido pela nossa libertinagem mas o olhar libidinoso e a câmera voraz parecem se empolgar ainda mais. O breve pensamento se dissipa e é substituído rapidamente por um gemido ainda mais alto. Minhas pernas tremem, minhas unhas penetram em sua pele, sinto o gozo chegar! Me contenho pois quero que o momento dure mais e mais, mas a excitação nos domina e junto contigo gozo de um prazer imensurável!
Um sorriso em nossos rostos é evidente, e o olhar sagaz do curioso se mostra tão satisfeito quanto nós. O momento acabou mas a experiência foi registrada pela câmera voraz e estará eternizada em nossas vidas.
Do ensaio "A Distorção dos Sentidos e a Essência dos Desejos" Photo: Aivan Moura |
A Distorção dos Sentidos e a Essência dos Desejos
Do ensaio "A Distorção dos Sentidos e a Essência dos Desejos" Photo: Aivan Moura |
Sinta, viva, deseje.
Deseje ser você em seu próprio reino de pensamentos, deseje que seja teu o seu eu. Esse, o maior desejo do meu desejo que não me contive em ceder.
Meus sentidos que distorcem a visão de quem vê e não enxerga, de quem não compreende o indesejado, de quem é apenas prisioneiro de si mesmo.
Amante da liberdade, saio de mim para compreender o mundo, volto para mim e não compreendo a mim mesma. Compreendo em mim os meus desejos, compreendo em mim o que enxergo e não compreendo porque a vida não é apenas vida.
Vida minha, que seja minha enquanto dure. A magnitude de meus desejos em mim se reconfortam, e através de mim transformam a amarga realidade cinza em um playground colorido.
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Deleito da Liberdade
Modelo: Jully DeLarge Fotógra |
Nossos prazeres são nossos, e olhares alheios partilham de nossos íntimos momentos.
Olhares de encanto e repulsa, de cumplicidade e desafeto, de amor e ódio,
que em nossa realidade tornam-se apenas olhares.
As quatro paredes se tornara um carcereiro bestial,
expandimos nossos desejos, não mais cabiam nas barreiras de concreto.
Nosso quarto um paraíso delirante, prazer pervertido, prazer não mais contido.
O temor não mais existe em nosso deleito, gozamos de liberdade, gozamos com liberdade!
Meu caminho cruzou com o teu, nossos corpos agora cruzam a imensidão de desejos escancarados.
Desejos despirocados, libidinosos, libertinos, sádicos, mágicos.
Liberdade, corpos nus sob a luz do Sol, do luar, das estrelas, se entrelaçando numa trepada fascinante,
porque nosso amor é excitante, nosso amor é alucinante e fascina os olhos de quem vê.
Photo: Aivan Moura |
domingo, 19 de janeiro de 2014
Protagonistas & Sua Platéia
Temos um imenso desejo em sermos protagonistas
de nossas próprias vidas.
E aí começa a disputa para ver quem se destaca mais nesse Freak Show.
Os mais bizarros estão no poder.
A grande maioria não passa de uma platéia qualquer numa apresentação de quinta.
Pode ser uma apresentação de quinta categoria mas está sempre recheada de bizarrices grotescas de alto nível, e as poltronas estão sempre todas ocupadas.
De início a platéia se incomoda um pouco, mas após alguns minutos se acostumam e por mais que estejam perplexos continuam a assistir.
Os protagonistas do show não se incomodam com os olhares de repulsa, pois sabem que mesmo horrorizados, todos continuarão sentados após a cortina abaixar.
E aí começa a disputa para ver quem se destaca mais nesse Freak Show.
Os mais bizarros estão no poder.
A grande maioria não passa de uma platéia qualquer numa apresentação de quinta.
Pode ser uma apresentação de quinta categoria mas está sempre recheada de bizarrices grotescas de alto nível, e as poltronas estão sempre todas ocupadas.
De início a platéia se incomoda um pouco, mas após alguns minutos se acostumam e por mais que estejam perplexos continuam a assistir.
Os protagonistas do show não se incomodam com os olhares de repulsa, pois sabem que mesmo horrorizados, todos continuarão sentados após a cortina abaixar.
Modelo: Grazzie Fotógrafa: Isa Hansen |
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Gato Demasiado Gato
Photo: Nickk Fotografias |
Gato não idolatra ninguém porque gato não te enxerga como um ser superior, gato te enxerga como um igual. Sabe respeitar sua individualidade e sabe ser um companheiro fiel e carinhoso; carinhoso quando quer porque gato precisa de espaço, e quando gato não quer ser amado não adianta insistir, gato quer quando quer e você nunca terá seu charme para seduzi-lo a sua vontade. Porque gato é sincero aos seus próprios desejos.
Seu olhar místico, sua presença tranquila, seus dispersos surtos de amor e loucura, seu instinto sádico, uma certa preguiça e mau humor, e acima de tudo sua liberdade em ser o que é o torna um ser mal compreendido.
Gato preto dá azar, gato não ama o dono ama a casa, gato é interesseiro, gato é traiçoeiro e egoísta. Se gato falasse humanês diria: "se vocês são tão ridículos assim problema é de vocês mas NÃO PROJETEM SEUS DEFEITOS EM MIM SERES MAL RESOLVIDOS." Ao menos é o que eu diria se fosse um gato e falasse humanês.
Gato é mal visto por aqueles que não aceitam um ser que assume seu ser, que vive sua vida conforme sua vontade. Um ser livre é sempre mal visto porque foge à compreensão alheia. Ser livre cercado de humanos é uma tarefa difícil mas não é ingrata.
Eu os compreendo, temos interesses recíprocos como disse anteriormente, em sermos nós mesmos neste mundo repleto de idiotas. Sempre digo aos meus gatos que vejo muito deles em mim, mas quando digo isso sempre fazem uma expressão de: "felizmente não existe nada de você em nós" e isso simplesmente me faz ama-los ainda mais.
Photo: Nickk Fotografias |
Nudez Repudiada
Nudez que causa ódio, nudez mal compreendida, nudez repudiada... Se nudez lhe agride os olhos, mude o paradigma, você está olhando com os olhos errados.
Meus pensamentos são livres, meu corpo é livre e meu espirito grandioso demais para se perder em um mundo onde deveríamos nos encontrar.
Crie sua própria realidade e a vida passará a fazer sentido.
Performance Resistência. Sub Express, São Paulo, 2013. Foto: Rafael Avancini Com T. Angel e Jully DeLarge |
Menina Nua dos Olhos
Roupa me aquece, roupa me protege mas não me enobrece, tão pouco dita quem eu sou.
Roupa não é escudo a favor de meus olhos nem dos seus.
Roupa não cobre minha vergonha pois vergonha alguma minhas meninas enxergam num corpo nu.
Photo: Nickk Fotografias |
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