segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Pólos Que Habitam Em Mim

Photo: Aivan Moura
Tão doce e amarga, tão calma e facilmente irritável, tão sonhadora e realista. Essa sou eu sendo eu. Me conheço há tempo de mais para dizer que sou apenas um dos pólos, que não habita em mim inúmeros extremos. Sou de carne, de sonhos não palpáveis; de ossos, de humor muito longe de ser sólido; de sangue, de uma corrente inconstante de pensamentos. 
Rolo, pulo, corro e quando me canso durmo nas nuvens de algodão, naquelas de maior altitude, são mais pomposas dos que as que estão mais próximas do chão. E as como quando se transformam em algodão-doce. Brinco de carrossel nos anéis de Saturno. Assumo o lugar da bailarina na minha caixinha de música preferida. Sigo até o final do arco-íris para encontrar o pote de ouro mas só para trocar por um arco-íris feito de pirulito. Aposto corrida com um cometa, mas sempre peço pra ele me trazer de volta pra casa, nunca lembro o caminho. E quando quero ficar só, me imagino como um plâncton nas profundezas das águas mais escuras, seguindo seu caminho sozinho conforme a dança incessante da maré. E quando a larica bate vou atrás do hambúrguer de siri.
Um humor de velha, uma imaginação de menina, essa sou eu sendo eu novamente. Uma jovem velha menina. Um paradoxo constante. Uma existência inconstante. Um vendaval de emoções, uma feição pouco amigável, uma busca incansável pelos prazeres do viver, das sensações ainda não sentidas, dos mundos ainda não conhecidos, dos sabores ainda não experimentados. E enquanto a realidade nutrida por corações obscuros insiste em roubar o brilho das cores, eu prefiro continuar a brincar de esconde-esconde na poeira cinzenta da 

Lua.

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