sábado, 27 de junho de 2015

Goze Com Seu Corpo, Mulher

Photo: Les Chux
Antes de pensar em trepar com os os outros, trepe consigo mesma.
Bendito seja o corpo que conhece a ti mesmo!
Creio que este pensamento nasceu comigo. Minha mãe sempre me conta que depois de muito brincar, não importava onde eu estava, em algum momento do dia eu dedicava a brincar com meu próprio corpo. Daquela maneira instintiva que toda menina faz. Não sabe bem o que está fazendo mas a única coisa que importa naquele momento é aquela sensação gostosa que causa. De costas eu deitava, entrelaçava as pernas e alí me divertia com as sensações que o clitóris me proporcionava, mesmo desconhecendo a função ou até mesmo a existência dele. E eu fazia isso onde eu estivesse: no quarto, na sala, na cozinha, no quintal,  na casa de parentes e até mesmo na van da escola. Lembro muito bem que quando estava na pré-escola eu sempre era a última a ser levada para casa, quando me via sozinha na van escolar, os bancos do fundo se tornavam meu playground, um playground que me fazia mergulhar em meu próprio corpo. Eu era uma criança, e como toda criança, a curiosidade sobre meu próprio corpo e sobre os corpos das pessoas a minha volta me despertava muito interesse, e eu nunca tive receio em ir de encontro a esse Universo desconhecido. Não era ruim, muito pelo contrário, era muito bom. 
Nós mulheres nascemos com uma parte do corpo cuja única função é nos causar prazer. Foi um trabalho árduo da sociedade domesticar esse instinto. Sujas, imorais, escória. É isso que querem que sintamos quando nos tocamos. Um prazer repudiado. Mas se é prazer que me causa, e destinamos a palavra prazer para coisas boas nessa vida, por que deveria eu enxergar minha sexualidade como algo ruim? Não deveria. Isso é tão contraditório que não sei como perdura por tanto tempo. Em algum momento da história alguém decidiu que os instintos humanos eram perigosos e para manter a ordem era necessário controlar esses impulsos. Só não fizeram cartazes de procurado para o clitóris para que mais mulheres não descobrisse a existência dele. Decidiram, sem me questionar, que a minha sexualidade é repugnante. Enquanto eu, decidi que vou continuar gozando com meu corpo, sem culpa. 
Nunca senti culpa ao me tocar. Não sei se isso se deve ao fato de nunca ter sido repreendida pela minha mãe quando me encontrava descobrindo o meu corpo. De certo modo, por mais sútil que tenha sido, essa atitude em não me repreender nesse momento  de intimidade e descoberta fez com que eu crescesse enxergando o sexo como ele é: natural. Tão natural quanto a vida e a morte.  
Por isso eu te digo, mulher: seu corpo é lindo. Seu clitóris e sua buceta são seus aliados no universo do prazer. Se toque de que a única pessoa que tem o poder de mostrar como a sua sexualidade deve ser sentida é você mesma. Se toque sem culpa, e se toque como queira.
Se masturbe ouvindo Blues, sem medo e sem receio. Se ame, contemple seu corpo, o conheça. Descubra e sinta os prazeres que seu corpo anseia por desfrutar contigo e prolongue a sensação de felicidade. Orgasmos múltiplos garantidos!  

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